Desde os primórdios da civilização que o homem cultiva a terra em busca de alimento e riqueza. Do fértil solo brotaram impérios e floresceram reinos, erguidos sobre sangue, suor e lágrimas de inúmeras gerações. Na era moderna, essa relação telúrica entre homem e terra permanece, ainda que opacada pelo véu do progresso.
Hoje, quando adentramos o supermercado asséptico, dificilmente pensamos na complexa cadeia agrícola global escondida atrás das prateleiras. Uma cadeia que envolve desde pequenos agricultores nos Andes até magnatas do agronegócio no Meio Oeste americano. E é justamente sobre esse universo multifacetado que falaremos.
Vamos nos concentrar nas exportações agrícolas neste artigo, mencionando de passagem, por um momento, commodities como ferro, petróleo e celulose.
O setor vive em constante ebulição, com preços de commodities oscilando freneticamente a depender de variáveis climáticas, logísticas e geopolíticas. Entre notícias alarmantes sobre quebras de safra e tweets inflamados de líderes globais, uma questão crucial emerge: para onde caminham as exportações agrícolas?
Neste artigo, viajaremos até 2024 para vislumbrar o futuro do agronegócio global. Das pirâmides do Egito Antigo às Bolsas de Mercadorias de Chicago e Dalian, traçaremos uma rota pelos altos e baixos dessas veredas sinuosas.
Se você embarcar conosco nesse percurso, descortinaremos juntos os fatores que podem levar a uma bonança nas exportações ou, ao contrário, devastar os campos dourados de prosperidade. Porque, no final das contas, seguir os passos erráticos das commodities agrícolas é sempre um caminho turbulento, porém necessário e lucrativo para entender nosso mundo.
Retomada da demanda chinesa
Após os lockdowns da era Covid Zero, a China finalmente terminará a reabertura de suas portas ao mundo em 2024. Com a política de tolerância zero ao vírus abandonada, projeções apontam uma retomada vigorosa do consumo, especialmente de proteína animal.
A recuperação chinesa deve impulsionar uma nova era dourada para exportadores globais de carnes e grãos para alimentação animal. Segundo analistas, o apetite do gigante asiático será ainda maior do que no pré-pandemia, sinalizando uma retomada em forma de “V”, ou seja, aquela subida abrupta, que foi antecedida de uma queda não menos drástica.
Esse renascimento econômico chinês traz outra consequência crucial: uma explosão da demanda por energia e metais industriais. Com ambições de expansão do parque siderúrgico e de infraestrutura, o Dragão oriental volta a aquecer mercados como o de minério de ferro, cobre e petróleo.
Alguns menos informados até vislumbram um “superciclo” de commodities, impulsionado pelo colossal plano de desenvolvimento verde chinês. Isso porque a transição para energias renováveis como solar e eólica depende de matérias-primas como terras-raras e lítio.
Dessa forma, a reabertura da China deve gerar ondas expansivas, elevando os preços de commodities agrícolas, energéticas e metálicas. Tais movimentos sísmicos reconfiguraram o xadrez geopolítico e econômico do planeta no século XXI. E tudo indica que 2024 trará mais um capítulo dessa saga, mas – acredita-se – com menos vigor do que teríamos, não tivéssemos passado pela paralização da pandemia.
Onda verde e mercado premium
O setor de grãos vem surfando em uma poderosa onda de consciência ambiental. Com o aquecimento global se tornando uma dura realidade, consumidores e empresas buscam reduzir suas pegadas de carbono. Isso aumenta a demanda por alimentos produzidos de maneira sustentável.
O Brasil desponta como um dos campeões verdes de 2024. Produtores nacionais de soja, milho e algodão conquistam enorme espaço entre importadores europeus e norte-americanos. Tudo por oferecerem grãos livres de desmatamento da Amazônia, carregando o selo ESG.
Essa aura “verde” permite que os grãos brasileiros migrem do segmento de massa e entrem em um seleto nicho premium. Até então dominado por produtos como café, cacau e vinhos finos, esse mercado de alto valor agregado passa a ser disputado também pelo complexo soja-milho-carnes nacional.
A oferta de produtos carbono neutro também abre as portas para acordos bilaterais avantajados. Países como o Canadá já sinalizam vantagens tarifárias exclusivas para importadores comprometidos com práticas ESG.
Além dos aspectos ambientais, questões sociais como trabalho escravo também entram no radar dos importadores. Com pressão crescente da sociedade civil global, a imagem do fornecedor se torna variável estratégica para o comprador. Assim, práticas ESG que abrangem todo o ciclo de vida do produto, os chamados cradle-to-grave (algo como “do berço ao túmulo em tradução literal), se tornam pré-requisito para acessar mercados do Hemisfério Norte em 2024.
Portanto, a expertise brasileira em agro sustentável tem potencial para gerar enormes dividendos até 2024. Desde acesso a mercados exclusivos até prêmios de preço, as oportunidades são tão verdes quanto rentáveis. Resta saber se o setor conseguirá colher tudo que planta.
Variáveis de risco
Embora o cenário seja majoritariamente positivo, algumas nuvens de tempestade pairam no horizonte. Variáveis como preços de combustíveis e fretes internacionais podem introduzir enorme volatilidade.
Com o agronegócio altamente mecanizado e globalizado, qualquer oscilação nesses custos logísticos repercute em todo o sistema. Secas ou geadas também são ameaças, podendo arrasar safras e deprimir oferta.
O fantasma de novas guerras também assombra o mercado de commodities em 2024. Um agravamento do conflito Rússia-Ucrânia ou o início de hostilidades entre Venezuela e Guiana poderiam causar novos choques de oferta, especialmente em óleo e gás.
Já o delicado equilíbrio geopolítico no Oriente Médio é uma incógnita constante quando se trata petróleo – e o petróleo pode impulsionar ou sufocar qualquer setor. Uma possível ofensiva israelense contra o programa nuclear do Irã seria mais uma fonte de volatilidade nesse mercado estratégico.
Na esfera política e fiscal também moram perigos. Com as contas públicas sob forte pressão, países compradores podem aumentar barreiras comerciais ou subsidiar seus próprios produtores. Já altas súbitas dos juros ou disparadas do dólar podem reduzir a competitividade do exportador brasileiro.
Diante desse cenário de riscos múltiplos, a capacidade de adaptação será crucial. As marés das commodities são cíclicas por natureza, alternando anos de vacas gordas com períodos de vacas magras. Saber ler o tempo – e os tempos que vivemos -, antecipar tempestades e ajustar as velas para os ventos dominantes separará o joio do trigo em 2024.
Cenário otimista
Apesar dos riscos, o agronegócio navega firme em 2024 rumo a novas marcas históricas de embarques globais. Há muito potencial de colheita neste rali das commodities agrícolas.
Este artigo buscou traçar um panorama das oportunidades e desafios no horizonte das exportações do agro. Rumo a 2024, compreender as nuances desse mercado dinâmico será fundamental para prosperar.
Especialistas apontam para uma retomada robusta do setor pós-pandemia. À medida que a atividade industrial se recupera, a demanda por matérias-primas tende a se intensificar novamente. Alguns analistas até vislumbram um “superciclo” de commodities, impulsionado pela transição energética.
Contudo, esse otimismo deve ser temperado. Aceleração da digitalização e automação pode limitar o crescimento do emprego. Guerras comerciais intermitentes ameaçam a estabilidade dos fluxos globais. E a ascensão de princípios ESG, apesar de positivo no longo prazo, pode introduzir outra camada de incerteza.
Diante desse cenário turbulento, os exportadores de sucesso em 2024 serão aqueles ágeis o suficiente para antecipar riscos e oportunidades. Uma visão granular do panorama regulatório, aliada à capacidade de adaptação, será fundamental. Assim como investimentos em tecnologia para impulsionar eficiência e rastreabilidade.
O universo das commodities permanece dinâmico e cheio de variáveis. Mas para players bem posicionados e preparados, 2024 pode reservar uma bonança tão volumosa quanto imprevisível. É essencial acordar para as nuances desse setor pulsante e saber surfar as ondas de alta (e baixa) vindouras.
Navegando com segurança rumo a 2024
Diante de um cenário repleto de variáveis, apostar todas as fichas em uma única safra parece temerário. É preciso diversificar, compartilhar riscos e contar com parceiros especializados. E é justamente nessa jornada que a expertise da LIKES faz toda diferença.
Com excelência no agenciamento de cargas e logística internacional, a LIKES oferece uma gama de serviços essenciais para quem exporta. Como líder em assessoria aduaneira, a empresa garante máxima agilidade no desembaraço alfandegário, com procedimentos otimizados e amplo conhecimento das regulações.
Agentes selecionados em dezenas de países, a LIKES simplifica toda a logística do cliente. Do agendamento de transporte e armazenagem até a documentação e pagamentos internacionais, eles são focados na produtividade e satisfação do exportador.
Portanto, confie suas commodities a quem entende desse mercado. Faça da CLIKES o parceiro certo para navegar por águas turbulentas e rumo a 2024.